Há alguns anos atrás você imaginava pedir uma informação para um computador e ele te responder por voz?
É, os tempos mudaram muito e principalmente em 2014, quando a Amazon lançou a primeira geração da Alexa e o Google só 5 anos depois lançou o Google Nest como seu assistente virtual acionado por voz.
E você deve estar pensando que quem não tem um assistente virtual não tem acesso a essa funcionalidade, certo? Errado! Usar a voz por busca, aplicativos, podcasts, áudios de WhatsApp e até redes sociais exclusivas do uso de áudio estão mais em alta do que nunca estiveram.
Apesar de a massificação ter sido recente, um dos primeiros passos potenciais para o mercado da voz foram os podcasts. Em meados de 2004, começaram a surgir exponencialmente por blogs com a intenção de aumentar o alcance de seus conteúdos.
Em 2020, a Amazon declarou ter vendido cerca de 100 milhões de dispositivos Alexa e, desde então, os consumidores da assistente virtual conversaram com ela por aproximadamente 1 bilhão de vezes — desconsiderando o volume de conversas para quem não tem o assistente virtual e o usa somente pelo aplicativo (que funciona com quase todas as funções possíveis).
No mesmo ano, foi lançada uma rede social totalmente pautada na voz, o Clubhouse. Esse aplicativo tem o propósito de debater assuntos variados, nos quais o usuário pode apenas ouvir ou participar da discussão do assunto em salas criadas na rede. A novidade surpreendeu seus usuários pela ilustre presença de celebridades debatendo sobre assuntos com muitos usuários simultâneos e podendo discutir com eles e não só como comunicadores de influência sem o poder de réplica.
Aproveitando o ensejo, o Twitter adquiriu uma empresa especializada em podcasts (Breaker) no início de 2021. Meses depois, essa novidade praticamente “parou a internet” com o novo formato e por estar atrelada à transmissão do Big Brother Brasil 21 na Globo. Nessa rede, os perfis oficiais dos participantes abriram salas para falar sobre a participação e os recém-saídos do programa se comunicaram com seus fãs quase que em real time ao deixar o reality.
Em suma, estamos tratando de diversas empresas buscando o como se aproveitar desse novo comportamento independente do dispositivo e até com funcionalidades complementares. Ao adquirir uma Alexa, é possível, por exemplo, pedir um Uber, automatizações de casa inteligente, criar os eventos na sua agenda e até repetir o seu último pedido realizado no Ifood. Aqui, faço uma reflexão paralela em que as pessoas costumavam dizer que preferiam fazer pedidos pelo WhatsApp para não ter que falar com um atendente, repetir seus dados em todos os pedidos.
Será que esse comportamento mudará a conexão com algumas profissões no futuro? (Cenas dos próximos capítulos)
O desafio é: existe um inventário gigantesco de oportunidades como as grandes empresas do mercado digital vão atuar sobre esta pauta já que em vários estudos se estima que 35 a 41% das buscas foram feitas por voz em 2019.
Quando trazemos esse papo pra prática, o que os profissionais de marketing digital pensam é sobre a mudança nas buscas no Google, em paralelo, sobre como o SEO será imprescindível para aprendizados aplicáveis para as suas estratégias, e, claro - mas não menos importante, a mídia programática como um canal promissor que tende a automatizar toda a compra de mídia com inventários específicos por voz e quem sabe até mais premiums...
Na verdade, é que hoje não existem respostas prontas para esse mar de ondas sonoras que acontecem por minuto e muito menos como será o comportamento e como as empresas, agências, veículos, DSPs vão ter que se adaptar a essas mudanças.
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